quarta-feira, 19 de agosto de 2009

Ao Simples Fato da Existência Caótica

Hoje acordei cedo, muito cedo para quem dorme às três da manhã. O céu estava sorridente, de olhos fervorosos. A manta, quente pelo calor do corpo, se enrolava pelo chão. Minhas pernas, percebidas a noite como uma concha, já estavam se desmanchando em prazeres pelo colchão – em intensos dias de calor, minha libido é muito maior - . Todo meu corpo já estava acordado, abrindo-se para as primeiras horas do dia. Com um dia tão bonito, por que não ir à rua? Ver pessoas ainda sonolentas, aspirar mais grãos de poeira, imaginar a vida de dois amigos que conversam em um ponto de ônibus. Intrigante. Andar por tudo isso, rever pessoas inimagináveis, sonhar com uma pisada torta no chão e o auxílio de um transeunte no centro da cidade. A vida é bonita nas simples coisas, de prestar atenção ao caótico burburinho citadino. Ao caos. Ao sabor do caos. Ao desejo de ser maior do que visões superficiais. Ao desejo de viver alucinações, viver paraísos suspensos, viver bocas molhadas, abraços suados. Necessitar de cores novas, de novos sabores de sorvete, de novas misturas. Experimentar traços, rastros, poesias. Suor.

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