quinta-feira, 4 de março de 2010

Caio Fernando Abreu - delícia legítima!

Ele me intimida com suas palavras, as quais achava que eram minhas e não podiam ser ditas, por falta de expressividade, falta de absurdos na vida, ou é só vontade de escrever como ele. Eu não sei...Caio trasparece leveza: lenço a voar pela janela do carro. Ao lê-lo, não me debato, não mordo o travesseiro. Canso-me de insistências inúteis, de ânsias impuras. Gosto de todo o mundo, de sua beleza. Sinto-me amado e, depois, desprezado. Delícia de confronto: não-amor e amor total. Eu chamo de bom combate, que te faz 'crescer' na vida, que deixa a foda mais intensa, entre a luta dos corpos e o impregnar do suor. É um desejo de tomar um banho de cachoeira logo ali, vestir uma roupa larga, preparar um café no final de tarde e sentar na varanda, olhando as grandes árvores centenárias, os enis espalhados pela grama e as almofadas vermelhas e azuis, ao som de Elis Regina.

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